No Dia Nacional da Alfabetização, ACP reforça importância da EJA e destaca pacto para superar o analfabetismo em Mato Grosso do Sul

O Dia Nacional da Alfabetização, celebrado em 14 de novembro, é um marco fundamental para reafirmar o direito de aprender em todas as fases da vida. A data lembra que a alfabetização é um instrumento de emancipação, cidadania e dignidade, especialmente para os milhões de brasileiros que tiveram seu percurso educacional interrompido. Em Mato Grosso do Sul, a discussão ganha força diante dos desafios históricos da modalidade e da necessidade de políticas públicas que garantam acesso, permanência e sucesso escolar para jovens, adultos e idosos.

Neste contexto, o Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) surge como um eixo estruturante para enfrentar as desigualdades e promover inclusão real. A proposta articula União, Estados e Municípios em torno de ações contínuas que assegurem alfabetização, qualificação profissional, formação docente e condições adequadas para que estudantes adultos possam efetivamente permanecer e aprender.

Mato Grosso do Sul ocupa a 8ª posição no ranking nacional de menor taxa de analfabetismo, de acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) – Educação, divulgados pelo IBGE em junho de 2025 (referente a 2024). Os dados do IBGE reforçam a urgência desse debate pois, em 2024, o Brasil ainda registrava 9,1 milhões de pessoas não alfabetizadas, o equivalente a 5,3% da população com 15 anos ou mais.

Em Mato Grosso do Sul, o Censo 2022 identificou aproximadamente 115,8 mil pessoas nesta condição, representando cerca de 5,39% dos sul-mato-grossenses. Esses números mostram que, apesar dos avanços, o combate ao analfabetismo ainda exige compromisso permanente, investimento público e políticas educacionais sólidas e contínuas.

Para a professora Maria Joana Durbem Mareco, coordenadora do Fórum de Educação de Jovens e Adultos de MS, a EJA é muito mais do que uma modalidade de ensino. “A EJA é uma política de reparação histórica. É o espaço onde vidas se reorganizam, identidades são reafirmadas e expectativas ganham forma. Fortalecer a EJA é fortalecer a democracia e reconhecer a educação como direito de todos”, afirma.

A pedagoga Geovania Pereira da Paixão, especialista em Psicopedagogia, destaca que alfabetizar jovens, adultos e idosos envolve acolhimento, escuta e metodologias adequadas. “Muitos estudantes chegam com marcas profundas da exclusão escolar e encontram na EJA um espaço de reconstrução. O pacto nacional é uma oportunidade de consolidar políticas de formação docente, materiais específicos e ambientes que respeitem o tempo, a autoestima e a realidade de quem retorna à escola”, explica.

Para o presidente da ACP, Gilvano Bronzoni, o Dia Nacional da Alfabetização é um chamado para o compromisso público com a superação do analfabetismo. “Discutir a EJA é discutir justiça social. Superar o analfabetismo significa garantir cidadania plena. Nenhuma política terá eficácia sem valorização profissional, sem condições dignas de trabalho e sem continuidade das ações. Quando investimos na EJA, investimos na dignidade humana e na força transformadora da educação pública”, afirma.

Neste 14 de dezembro, a ACP reafirma seu compromisso histórico com a defesa da EJA como política estruturante, com a luta contra o analfabetismo e com a valorização dos profissionais que atuam nessa modalidade. Alfabetizar é garantir liberdade, autonomia e dignidade e construir um Mato Grosso do Sul mais justo, inclusivo e profundamente democrático.

Assessoria de Imprensa/ Marithê do Céu