Formação sobre Relações Étnico-Raciais reúne educadores e marca lançamento do Prêmio Educar para as Relações Étnico-Raciais

Na manhã desta segunda-feira,17 de novembro, a ACP- Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública, participou da formação “Educação para as Relações Étnico-Raciais e a Prática Docente Decolonial”, realizada no Auditório da SEMED/CG. A atividade reuniu profissionais da educação, representantes da Diretoria e coletivos da ACP, e integrantes da rede municipal para debater caminhos pedagógicos que fortalecem o enfrentamento ao racismo e ampliam a construção de uma educação antirracista no cotidiano escolar.

Ao longo da formação, foram discutidos conceitos centrais sobre identidade, representatividade e práticas docentes que rompem com estruturas eurocentradas, reafirmando a responsabilidade da escola na garantia de ambientes inclusivos e no reconhecimento das contribuições históricas, culturais e intelectuais das populações negras. O diálogo reforçou que o enfrentamento ao racismo é tarefa coletiva, estratégica e urgente, especialmente em uma sociedade marcada por desigualdades estruturais que atravessam a vida escolar e impactam o desenvolvimento integral dos estudantes.

A fala da professora Eugênia Portela, referência na pauta das relações étnico-raciais, reforçou a importância de políticas e práticas que enfrentem o racismo de forma contínua dentro das unidades educativas. Segundo ela, “uma escola antirracista não se constrói apenas com boas intenções, mas com estudo, compromisso e coragem. É preciso revisar práticas, rever currículos e garantir que nossas crianças e jovens encontrem na escola um espaço onde suas histórias sejam reconhecidas e suas identidades sejam respeitadas. Esse é o primeiro ano que a ACP, A Secretaria do Município de Campo Grande e a Unifersidade Federal do Estado por meio do NEAB, realizam de forma conjunta palestras, eventos, oficinas que vão fortalecer a prática pedagógica dos professores na escola, construindo uma política didática antirracista.”.

A professora Eva Assis, coordenadora do Coletivo da Igualdade Racial , que também participa da organização do evento, destacou que a formação docente é um dos pilares para transformar realidades. “Educar para as relações étnico-raciais é educar para a vida. Quando a escola assume essa responsabilidade, ela rompe silêncios, acolhe diversidades e contribui para reduzir desigualdades que atravessam gerações. É um trabalho que exige sensibilidade, mas principalmente postura ética e política”, afirmou.

O presidente da ACP, Gilvano Bronzati, enfatizou que fortalecer a educação antirracista nas escolas é um compromisso que não pode retroceder. Para ele, garantir que as unidades de ensino de Campo Grande e de todo Mato Grosso do Sul trabalhem as relações étnico-raciais de forma séria, contínua e responsável é parte essencial da missão do Sindicato. “A educação pública precisa ser um espaço de equidade, respeito e reconhecimento das identidades. Não há qualidade de ensino possível onde o racismo persiste. Por isso, insistimos que a formação antirracista não é opcional: ela é indispensável para preparar nossas crianças e jovens para viverem em uma sociedade mais justa e humanizada”, destacou.

Durante o encontro, a ACP realizou o lançamento oficial do Prêmio Educar para as Relações Étnico-Raciais, iniciativa que valoriza experiências pedagógicas comprometidas com a equidade, a justiça social e a promoção de práticas de ensino que reconhecem e celebram a diversidade étnico-racial. O prêmio nasce como instrumento de incentivo e visibilidade às educadoras e educadores que transformam suas salas de aula em espaços de cidadania, pertencimento e resistência.

A formação marcou o início da programação especial da semana em alusão ao mês da Consciência Negra, reafirmando o compromisso da ACP com processos formativos que contribuem para combater o racismo e fortalecer políticas educacionais mais justas, plurais e humanizadas.

Assessoria ACP/ Marithê do Céu