
A sede da ACP recebeu na primeira semana de dezembro o tradicional bazar das aposentadas, um espaço que reuniu artesanato, doces caseiros, livros e muitas histórias que refletiram a trajetória de vida das profissionais da educação pública de Campo Grande. O evento expôs produtos desenvolvidos ao longo do ano nas oficinas oferecidas pelo Sindicato Campo Grandense dos Profissionais da Educação Pública.
Entre pinturas, bordados, crochês, acessórios e compotas caseiras, o público encontrou também a memória viva de quem dedicou décadas à escola pública. A professora Dalva Anacleto, que iniciou sua carreira em Aquidauana, destacou que “o professor não é só aquele que ensina, que transmite, ele aprende. Ele aprende com as coisas boas, aprende com as experiências ruins, é um eterno aprendiz”.
Cerca de cinquenta aposentadas participaram das oficinas e das exposições promovidas pela ACP. Para elas, o espaço foi muito além da produção e venda de artesanato. Como relatarou a Secretária dos Aposentados Tânia Ferraciolli, “é mais que uma terapia, porque o professor passou a vida inteira agitado, correndo, trabalhando e quando aposenta ele às vezes fica meio perdido, o que eu vou fazer da vida e muitas encontraram no artesanato uma forma de se distrair e se reconectar consigo mesmas”.
A criatividade das professoras ultrapassou o artesanato tradicional e resgatou hábitos e memórias familiares. Dona Inês de Melo Ortega, que vendia quitutes durante os intervalos das aulas. “Eu fazia compotas, fazia biscoito e vendia na sala de aula, no intervalo.. E isso vem de tempos, herança de família. Meu avô é doceiro”, relembra.
Além do artesanato e dos doces, o público encontrou livros escritos por professores, reforçando que a produção intelectual. O espaço também se tornou uma rede de apoio fundamental. A professora Rosa Souza compartilhou sua experiência ao chegar ao grupo após um período difícil. “Estava afastada por psicológico, não em relação à profissão, mas pela doença que abateu minha mãe. E aí foi quando eu comecei a participar e comecei a melhorar. Aquela terrível depressão foi sendo eliminada”. Hoje, ela incentiva outras colegas.“Gente, vamos, não fica em casa. A gente vive assim, uma para a outra. Os problemas, doenças, alegrias e vitórias, tudo a gente está envolvido uma com a outra”, finaliza.
Assessoria de Comunicação/Marithê do Céu




















