
A comunicação sindical e os desafios impostos pelas novas tecnologias estiveram no centro das discussões durante o curso de Estudos Avançados sobre a Sociedade e o Movimento Sindical, promovido pela ACP nesta sexta-feira (3), no Espaço de Formação e Clube de Campo. A atividade contou com a participação de Camila Modanez, especialista em mobilização digital trouxe uma abordagem provocadora e didática sobre o uso da inteligência artificial (IA) e das ferramentas digitais na comunicação sindical.
Para o presidente da ACP, professor Gilvano Bronzoni, a formação sindical é um investimento estratégico para toda a categoria. “Temos uma categoria plural, formada por vários grupos de pensamento, com um interesse em comum: a valorização contínua da educação pública. Para isso, contamos com representantes sindicais cada vez mais bem formados, prontos para o debate, para o enfrentamento e, principalmente, unidos em prol da valorização da educação pública”, destacou.
Em sua exposição, Camila destacou a importância de diferenciar conceitos fundamentais e de adotar uma visão crítica e estratégica diante das tecnologias que moldam o atual cenário informacional. A especialista analisou o papel da mobilização digital no sindicalismo contemporâneo, ressaltando a urgência de adaptar estratégias tradicionais às redes sociais, construindo confiança por meio de uma comunicação humanizada e acolhedora.
Camila defendeu o uso responsável dos grupos digitais, o combate à desinformação e o engajamento da juventude, com destaque para plataformas como o TikTok, desde que utilizadas com linguagem e códigos próprios dessa geração. Para ela, “essa formação é muito importante para a categoria desenvolver mais habilidades relacionadas à comunicação, facilitar a mobilização e fortalecer a luta sindical”, ressaltou.

A vice-presidenta da ACP, professora Josefa dos Santos, reforçou a relevância do momento para os representantes sindicais. “Estamos tratando da comunicação sindical, formação e informação. Um tema atual e urgente, para garantir que não percamos de vista nossa origem e objetivos. Essa formação é essencial para termos uma comunicação direta com a nossa categoria e fortalecer a atuação nas escolas”, afirmou.
Durante o curso, também foram levantados temas centrais como representatividade, formação política, uso ético e estratégico da inteligência artificial e a necessidade de reinventar o sindicalismo para dialogar com a classe. A discussão reforçou ainda a importância de investir em inovação e formação digital como caminhos fundamentais para fortalecer a luta coletiva.
O secretário de Formação Sindical, professor Danilo Meira, destacou a importância de criar espaços de escuta ativa e formação sólida para a base. “Escolhemos essas formações desde o início, com base no contexto histórico do movimento sindical, para intensificar a comunicação e fortalecer a atuação dos representantes”, explicou.
Ao final do encontro, a avaliação coletiva reforçou que o fortalecimento da luta sindical passa necessariamente por formação continuada, atualização de estratégias comunicacionais e engajamento da juventude, elementos indispensáveis para enfrentar os desafios atuais e futuros da educação pública.