“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”. (Ângela Davis)
O Sindicato Campo-grandense dos Trabalhadores em Educação – ACP destaca a importância em celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quarta-feira, 20 de novembro, uma data de grande importância para o Brasil, instituída para celebrar a resistência, a cultura e a história do povo negro, a data também é um momento de reflexão sobre as desigualdades e o racismo que ainda persistem na sociedade brasileira.
O Coletivo da Igualdade Racial da ACP tem se destacado ao promover ações que buscam aumentar a conscientização sobre as desigualdades raciais e fortalecer a luta por um país mais justo e inclusivo. A coordenadora do Coletivo da Igualdade Racial, Eva Luciane Assis de Souza, explica que a ACP é ciente de sua responsabilidade social e de seu papel no fortalecimento de uma sociedade mais igualitária. “Temos nos empenhado em trazer à tona questões importantes sobre a integração da população negra no espaço econômico e social. Ao longo dos anos, o coletivo tem promovido debates, eventos culturais e iniciativas que buscam sempre ampliar o diálogo sobre racismo e desigualdade racial tanto no ambiente escolar, nas empresas e na sociedade em geral”, destaca a professora Eva.
O Dia da Consciência Negra foi escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, um símbolo da resistência contra a escravidão e a opressão. Zumbi, que morreu em 1695, se tornou um ícone da luta pela liberdade e pela dignidade dos negros no Brasil. Seu nome está associado à resistência dos quilombolas, que, ao longo de mais de 300 anos, desafiaram a escravidão e construíram formas alternativas de vida, em liberdade.
A escravidão no Brasil foi uma das mais brutais da história, e sua abolição, em 1888, não significou a verdadeira liberdade para os negros. A abolição deixou um legado de exclusão social, marginalização e desigualdade, cujos reflexos ainda são visíveis na sociedade atual. A presença do povo negro no Brasil, sua contribuição cultural, suas lutas e sua resistência foram muitas vezes invisibilizadas, mas o Dia da Consciência Negra busca reverter esse apagamento histórico.
Esta data é uma oportunidade para lembrar que a luta contra o racismo e a discriminação é contínua. A conscientização da população sobre a importância de combater preconceitos, promover a igualdade racial e valorizar a cultura negra é um passo essencial para um Brasil mais justo e inclusivo. Nesse sentido, o Dia da Consciência Negra também reforça a importância de políticas públicas que combatam as desigualdades sociais e raciais e promovam a inserção plena da população negra em todas as esferas da sociedade.
Além disso, é um dia para celebrar as manifestações culturais afro-brasileiras, como a música, a dança, a culinária e as religiões de matriz africana, que são pilares da identidade nacional. O samba, o candomblé, o axé, a capoeira, e tantas outras tradições contribuíram para a formação da rica diversidade cultural brasileira, que deve ser reconhecida e respeitada.
A data também nos convida a refletir sobre o futuro, sobre a necessidade de um Brasil em que todos, independentemente da cor da pele, tenham as mesmas oportunidades. O Dia da Consciência Negra não é apenas um momento de celebrar, mas também de questionar o que ainda precisa ser transformado na sociedade, para que o país se torne um lugar verdadeiramente justo e igualitário para todos.
Por isso, o 20 de novembro é, acima de tudo, um dia de resistência, de afirmação e de luta por um Brasil mais plural, democrático e consciente de suas raízes.